
Canudos, 08.01.2008
O tempo respira na gente quando os sentidos deságuam. Quando cada entrelinha do nosso corpo-alma flutua no prazer do agora.
A quentura do ser-tão não deixa muita outra opção senão respirar o tempo. ou o tempo respirar em mim. A falta de juízo que dá o sol escorrendo e estalando em demasia sobre os miolos não deixa conchavar outra coisa que não a percepção do quente na pele. ou os sons das outras criaturas a sentir igual, ou os cheiros que o quente arranca de tudo, ou o desejo de encontrar logo a água.
Quando o sol se põe e ouve-se os sons aliviados das criaturas a agradecer o fresco, meu corpo ainda arde e aprecia o azul escuro. nesse azul se pensa melhor: consigo até juntar palavras pra dizer isso aqui.
3 comentários:
oi, cassandra. foi um prazer e uma surpresa conhecê-la aqui no sertão de canudos. faço votos que sua viagem seja rica de conhecimento, antropofagia, boas energias, amor e caos.
beijão
andré
e a luz do sertão, que faz tudo cintilar? e o tempo que passa arrastado?
eu ainda sonho com o cheiro libertário do sertão.
besos
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