9.1.09

pequenas delicadezas no açude de cocorobó





tem uma hora do dia, pelas cinco da tarde, que a cor do céu e da água se equivalem. a água fica espelhada e dava era vontade de caminhar sobre ela, catando peixinhos pra dar boa tarde.

no céu há todos os tipos de azul e todos os tipos de nuvens. as mais bonitas são as do tipo cabeleira solta de menina esparramada, mais ainda que as nuvens-algodão.

tem esse tilintar do sino do pescoço das cabras que ressoa até no coração, como se o mundo estivesse mesmo em seu devido lugar porque as cabras seguem andando e buscando o que comer.

o sol refletido na água faz um rastro dourado em minha direção. um caminho amarelo para piruetas e muita dança.

sinto que meu peito vai ressentir a ausência de Canudos. a gente encontra o sertão no corpo e pronto, se apaixona.

indo embora e suspirando minha última visão do açude, o céu se pronunciou vermelho, sangrando o eu ir embora.

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